Em resposta ao apelo da Ordem dos Médicos sobre a revogação da norma que está a impedir a vacinação de médicos que tiveram infetados anteriormente com SARS-CoV-2, a DGS garante (mas sem definição de prazo) que todas as pessoas que já estiveram infetadas serão vacinadas, o que só não aconteceu ainda porque as doses disponíveis são limitadas; Este argumento não é aceite pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que relembra que “quando falamos dos profissionais de saúde e das pessoas com 80 ou mais anos estamos a falar das duas primeiras prioridades que foram definidas a nível mundial”. Neste momento temos que integrar as pessoas desses 2 grupos na vacinação prioritária, defendeu, considerando que “a DGS devia rapidamente adaptar-se e aplicar a evidência cientifica”, tal como os outros países já fizeram. Para explicar a gravidade desta situação, o bastonário da Ordem dos Médicos referiu que existem centenas de médicos que não foram vacinados porque já tiveram a doença COVID, alguns há quase um ano, “alguns estiveram internados em cuidados intensivos, estiveram mais perto da morte que da vida, alguns chegaram a estar 2 meses nos cuidados intensivos; tiveram alta, fizeram reabilitação e, agora, querem trabalhar, querem ajudar o país”. Mas esses profissionais “têm receio de passar outra vez pela mesma situação”, sublinha. “E nós dizemos a um médico destes, que é fundamental para o país, que não o vamos vacinar?!” “Alguma coisa não está bem! A DGS tem que refletir a sério sobre esta matéria” porque “no caso concreto dos profissionais de saúde e as pessoas com mais de 80 anos, mesmo tendo tido a COVID, continuam a ser prioritários”.
Entrevista disponível aqui: https://bit.ly/3sIDkGP