Maastricht III: aproximar Portugal das melhores práticas internacionais
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A Ordem dos Médicos (OM), através da Comissão para Regulamentação da Colheita de Órgãos em Dador em Paragem Cardio-Circulatória Controlada (Maastricht III) da OM, elaborou um parecer técnico sobre a colheita de órgãos em dador da categoria III de Maastricht com o objetivo de atualizar os critérios de diagnóstico de morte por critérios circulatórios. Este documento foi elaborado baseado na melhor evidência científica e no consenso dos elementos da Comissão para Regulamentação da Colheita de Órgãos em Dador em Paragem Cardiocirculatória Controlada (Maastricht III) da Ordem dos Médicos e como resultado de um debate amplo que teve lugar na Jornada de Esclarecimento Maastricht III, que decorreu a 19 de maio na Ordem dos Médicos. O objetivo é procurar dar resposta ao aumento das listas de espera para transplantes em Portugal implementando as melhores práticas científicas. O encontro de maio, promovido pela Comissão para Regulamentação da Colheita de Órgãos em Dador em Paragem Cardio-Circulatória Controlada (Maastricht III) da OM, pretendeu enquadrar a discussão num contexto técnico e ético mais amplo, precisamente para alinhar Portugal com as melhores práticas já implementadas em vários países europeus e da América do Norte. “O objetivo desta comissão é preencher um vazio que existe na doação de órgãos em Portugal, nomeadamente na regulamentação da mesma, porque praticamente em todo o mundo ocidental (…) há uma tipologia de doação de órgãos que é esta categoria 3 de Maastricht, que dá um contributo muito significativo para a doação de órgãos em vários países”, afirmou o coordenador do grupo de trabalho da OM, Eduardo Sousa. Também o Bastonário da OM, Carlos Cortes, sublinhou a relevância do tema, lembrando que esta é “uma discussão que tem mais de 10 anos” e que já está em prática em países como Espanha, Reino Unido, França, Bélgica, Canadá e Estados Unidos. O contributo da Ordem, agora entregue ao Ministério da Saúde, quer viabilizar “mais órgãos e mais órgãos viáveis". "A Maastricht III vai ainda potenciar mais, em Portugal, esta dádiva de órgãos para quem necessita deles”, destacou o dirigente da Ordem dos Médicos. Com esta proposta, a OM pretende reforçar a capacidade nacional de resposta aos doentes em lista de espera para transplante, aproximando o país das melhores práticas internacionais. Ao entregar o documento relativo à Doação de órgãos de dadores em morte diagnosticada por critérios circulatórios a Ordem dos Médicos efectuou simultaneamente a sugestão de criação de uma comissão de acompanhamento e implementação do processo.
Pode consultar aqui todas as edições da Revista da Ordem dos Médicos (ROM), publicação de atualidade onde damos frequentemente a conhecer exemplos de inovação, ética e humanismo dos nossos médicos.