Comunicado de Imprensa – Inquérito de Satisfação do Internato Médico
O Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem dos Médicos (CNMI), realizou, pelo segundo ano consecutivo, o Inquérito de Satisfação do Internato Médico, com o objetivo de conhecer a satisfação dos médicos internos com a sua formação.
A necessidade de tempo de estudo autónomo efetivo nos programas formativos e horários de trabalho, e o reforço dos apoios institucionais à produção científica e formação contínua são alguns dos aspetos apontados pelos Médicos Internos para menor satisfação, no Inquérito de Satisfação do Internato Médico 2022.
A maioria dos médicos internos inquiridos encontra-se satisfeito com o internato médico, mais concretamente com a especialidade em si (pontuação de 4.11/5) e com o orientador de formação e/ou responsáveis de formação (pontuação de 4.12/5). A satisfação com o serviço de formação, embora ainda seja positiva, é mais reduzida (pontuação de 3.63/5).
Para o Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, os resultados conhecidos “reforçam a necessidade de uma aposta mais séria na formação médica em Portugal. É fundamental que as instituições valorizem a formação médica, proporcionem melhores condições aos médicos internos e que não os usem apenas para resolver as insuficiências nas escalas”.
Carlos Cortes aponta a “necessidade de disponibilização de tempo dedicado no seu horário de trabalho para a formação e para a investigação, tanto para os médicos internos como para os seus orientadores” e exorta o Ministério da Saúde a criar um Fundo de Formação para financiar as ações de formação e estágios que os Médicos Internos têm de fazer. “O Ministério da Saúde não tem investido na formação médica nos SNS, o resultado está à vista com a incapacidade de retenção dos médicos no setor público”, acrescenta.
Carlos Mendonça, presidente do Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem dos Médicos, destaca a importância desta avaliação nos tempos atuais. “Estes inquéritos são uma ferramenta importante para melhor entender a realidade do internato médico no nosso país e fazem-no através daqueles que o vivenciam na primeira pessoa, os médicos internos.” Carlos Mendonça salienta ainda que, “apesar de algumas diferenças na análise, estes resultados mostram, objetivamente, que, durante mais um ano, as instituições não encontraram soluções e os problemas já identificados persistem”.
Os resultados completos por especialidade e por instituição, bem como por região, podem ser consultados em http://inqueritos.cnmi.pt/resultados.