Existem hoje mais 20% de Anestesiologistas e fazem-se mais 33% de cirurgias no SNS que há 8 anos!
Em reacção à intervenção do Ministro da Saúde na 4ª Conferência TSF/Abbvie onde se tentou demonstrar uma relação causa-efeito entre a falta de anestesiologistas e a impossibilidade de se realizarem mais cirurgias, a Direcção do Colégio de Anestesiologia da Ordem dos Médicos veio repudiar tais afirmações, relembrando que “entre 2003 e 2013 houve um crescimento nacional em cerca de 20% dos anestesiologistas, num efeito que envolveu não só o SNS como sobretudo a disponibilidade daqueles para o sector privado” e que, “com o início da austeridade em 2011 e o agravamento das condições remuneratórias dos funcionários públicos em geral e dos médicos de uma forma muito particular (em alguns casos com perdas superiores a 30%, entre perda de vencimento no salário base e nas horas extraordinárias, agravado com o brutal aumento de impostos), iniciou-se um fluxo migratório destes profissionais, com particular incidência entre os anestesiologistas, inicialmente atingindo os recém-especialistas e jovens especialistas e mais recentemente os com maior experiência profissional”, explicaram, salientando o verdadeiro ‘Brain Drain’ que atinge hoje como nunca a Sociedade Portuguesa (a este propósito, a revista da OM publicou na sua edição nº 152 de Julho/agosto de 2014 uma reportagem sobre médicos portugueses que emigraram onde entrevistou 2 anestesiologistas de diferente faixa etária). Neste contexto, “por mais anestesiologistas que se formem seremos incapazes de aumentar o nº de anestesiologistas de forma a alargarmos rapidamente a nossa capacidade de intervenção”, explicou a direcção do Colégio, frisando, “independentemente do número de profissionais o mais importante é que a prática anestésica seja de elevada segurança e qualidade, como até aqui”.
Anexamos o comunicado na sua versão integral.