Na última semana, entre segunda-feira (dia 11 de julho) e domingo (dia 17), morreram mais 523 pessoas do que seria expectável nesta altura do ano, de acordo com os dados provisórios do sistema de vigilância da mortalidade por todas a causas gerido pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Sabe-se que o impacto da recente onda de calor nos valores da mortalidade é elevado, mas os dados do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO) não permitem perceber quantas mortes em excesso se terão ficado a dever às temperaturas extremas.
Já em maio Portugal tinha registado o maior excesso de mortalidade na União Europeia (UE), com uma taxa de 19% – quase o triplo da média comunitária – que foi de 6,6%. Os dados são do Eurostat e salientam ainda que este é o valor mais elevado em Portugal desde fevereiro de 2021.
O bastonário da Ordem dos Médicos olha para estes números com apreensão e realçou, na rádio Observador, que falta ação de prevenção ao Governo. É também de lamentar, sublinhou, que a DGS não divulgue de forma atualizada os dados sobre as causas de morte em Portugal já que seriam úteis para detetar alguns problemas na área da saúde. “Há unidades de saúde sem ar condicionado, por exemplo”.
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O representante dos médicos também comentou o assunto na CNN Portugal no dia 19 de julho. “O que nós temos de fazer nestas alturas é rapidamente estudar, verificar e analisar esta mortalidade em excesso para tentar perceber quais são as suas causas”, reforçou, “porque só assim podemos evitar pelo menos algumas das mortes ou mesmo uma parte significativa das mesmas”.