Solidários com os médicos internos, os especialistas de Ginecologia e Obstetrícia elencam um conjunto de problemas e preocupações, numa carta enviada ao Presidente da República e ao Governo.
Numa carta, dirigida ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde, os especialistas reiteram “todas as dificuldades e preocupações expressas no documento” dos colegas mais novos, a quem declaram apoio total na sua luta. Neste documento de cinco páginas, os profissionais de GO do Serviço nacional de Saúde (SNS) sublinham o deteriorar das condições de trabalho a que estão sujeitos nas unidades de saúde onde cumprem funções, exemplificando, com a “falta de investimento na manutenção e reabilitação das instalações e a deficitária atualização de equipamentos e meios tecnológicos”.
A questão da formação é um outro problema que regista um alerta, com estes profissionais a lembrarem que “um médico no internato deverá apenas alocar 12 horas da sua atividade na assistência ao SU, sob pena de prejudicar a sua formação, que pode não lhe ser reconhecida pela Ordem dos Médicos”.
“No SNS, estamos a trabalhar há muitos anos “no limite” e em condições que nem sempre são as desejadas para os utentes e os profissionais que tentam ultrapassar as dificuldades, reinventar soluções para superar as falhas e carências com que se deparam frequentemente”, lê-se na carta.
Por outro lado, lembram aos governantes que os profissionais sempre deram provas da sua dedicação e empenho, “arregaçando as mangas”, sendo a inesperada situação de pandemia um exemplo desse contributo.
A “falta de reconhecimento pelos órgãos da administração do SNS”, traduz-se no “desinvestimento acentuado”, nomeadamente no que toca à progressão das carreiras, a não abertura de concursos, bem como a uma tabela salarial “que não é digna, nem justa”.
São condições que se refletem “no esvaziamento do SNS, por opção do exercício da medicina em instituições privadas que oferecem melhores salários, melhores condições de trabalho e contratos mais rápidos”, sintetizam os especialistas.
Tudo agravado pelo “gradual envelhecimento dos especialistas do SNS, a maioria com mais de 50 anos e muitos já próximos da idade da reforma”.
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