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Escusada precipitação na ACSS

Comunicado do CNE:

Escusada precipitação na ACSS

A publicação do Mapa de Vagas das especialidades do concurso IM2014 – A atrasou-se em função do objectivo de conseguir o número máximo de vagas possível. Foi um processo complexo, moroso e sensível, mas de que muitos acabarão por beneficiar.
Porém, uma vez publicado, nada obrigava a que se desse aos candidatos um prazo de 18 horas, metade delas nocturnas, para iniciar a selecção, nomeadamente tendo em consideração que os Internos do Ano Comum estão a trabalhar, têm escalas de urgência e podem estar muito longe dos locais de escolha. Não havia, nem há, necessidade!
A Ordem insistiu com a ACSS para conceder um prazo mais alargado, tal como estava inicialmente previsto, de pelo menos 48h. Incompreensivelmente, sem êxito.
O ritmo da escolha também foi duplicado relativamente aos anos anteriores, não obstante a experiência da morosidade do processo, sobretudo depois das primeiras escolhas, em que as opções perante as vagas restantes, opções essas que vão condicionar toda a vida profissional dos candidatos, têm de ser tomadas naqueles difíceis e stressantes minutos, que acabam muito frequentemente por se prolongar por um espaço de tempo muito alargado. Decidir a vida profissional não é algo que se possa fazer de ânimo leve. Não havia, nem há, necessidade!
A Ordem insistiu para a ACSS reduzir o número de candidatos marcados por dia, pois, para cumprir o calendário, o ritmo de escolha, incluindo a burocracia inerente, teria de ser, em média, de um candidato por cada dois minutos! Todos sabemos que é impossível. Incompreensivelmente, esta insistência não obteve acolhimento por parte da ACSS. Reiteramos a pressão para que seja elaborado um novo e mais realista planeamento.
Esta circunstância irá originar inconvenientes graves aos jovens médicos, a nível pessoal e do trabalho, pois, com o sucessivo somatório da acumulação de atrasos, inevitavelmente verão remarcado o seu dia de escolha e a repetição da deslocação. A justificação das faltas terá de ser acautelada, mas a gestão das escalas de urgência vai ser extremamente dificultada! E não havia necessidade!
A Ordem volta a recordar para que entre a data da escolha e o início das funções no novo local de trabalho, particularmente considerando que se vive a época de convívio familiar por excelência (alguém se esqueceu que estamos no Natal?!), seja concedido um período razoável de, pelo menos, 15 dias úteis! o que se pode facilmente materializar suspendendo o controlo de assiduidade durante esse período, não prejudicando os prazos habituais do Internato.
Tudo isto é particularmente estranho, porque não havia necessidade. A Ordem ainda tem esperança que o espírito de Natal consiga romper a insensibilidade das paredes da ACSS.
Os Colegas mais jovens merecem o máximo respeito.

Ordem dos Médicos, 16 de Dezembro de 2014

 

Divulgamos igualmente uma petição pública intitulada “Por um concurso digno à Formação Médica Especializada”, uma iniciativa de um grupo de médicos internos do ano comum que pode ser lida – e assinada – aqui.