Autor: José Manuel Pavão, presidente da assembleia-geral da CMLP (Comunidade Médica de Língua Portuguesa)
Mesmo correndo o risco de que algum dos leitores possa presumir que este modesto texto de opinião seja mais um testemunho duma expressão corporativa entre oficiais do mesmo oficio, ainda assim decidi que era meu dever vir em defesa da honra dum homem que pelo seu percurso profissional e cívico não devia merecer as suspeitas que até ao presente têm vindo a publico.
Conheci o Dr. José Manuel Silva há alguns anos atrás quando na sua qualidade de bastonário da Ordem dos Médicos me convidou para exercer funções de secretário permanente da Comunidade Médica de Língua Portuguesa, CMLP, uma estrutura associativa constituída pelos bastonários e presidentes de associações médicas de língua portuguesa espalhadas pelos quatro cantos do mundo e cuja prioridade estatutária é a preservação da língua materna como factor de coesão, secundada pela desejada e procurada qualidade através da formação de quadros nos hospitais e escolas médicas.
Foi, pois, no âmbito do exercício dessas funções e pela proximidade que tal actividade permitia ou obrigava que pude observar e constatar estar em presença dum homem simples nos contactos, rigoroso nos procedimentos e determinado nos seus objectivos.
Não foi, portanto, com surpresa que o vi viajar em classe turística, usar o metro em vez do táxi ou viatura pessoal, exibindo uma rara sobriedade no seu quotidiano, prática pouco habitual quando se exercem funções de grande responsabilidade e às quais, em regra, correspondem algumas mordomias.
Atento aos assuntos que o rodeavam cuja natureza e delicadeza exigiam cautela e lucidez na decisão, este ex-bastonário e agora presidente da Câmara Municipal de Coimbra, manteve sempre a cordialidade, urbanidade e a disponibilidade que o caracterizavam.
Sendo certo que todos devemos confiar e colaborar com a justiça, não nos parece que este distinto médico e agora autarca a que os eleitores da lusa Atenas confiaram funções, possa ter prevaricado. Tudo indica esteja a ser objecto duma vindita de alguém que por de trás do anonimato atire pedras e esconda a voz e a mão. Aguardemos então confiados que a justiça venha clarificar a fétida poeira ora levantada e deixar incólume o bom nome das pessoas.