A Conta Satélite da Saúde divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que a despesa com Saúde aumentou 3% em 2017, menos do que nos dois anos anteriores e abaixo do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que se situou nos 4,1%. Segundo o relatório, a despesa dos portugueses com a Saúde aumentara 4,5% em 2016, em especial no recurso ao setor privado. “Os dados confirmam o desinvestimento na Saúde em Portugal e o agravamento das despesas suportadas pelas famílias”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.
A Conta Satélite da Saúde relativa às despesas do Estado no setor, hoje divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revela que a despesa global em saúde aumentou 3% em 2017, totalizando 17,3 mil milhões de euros, o que representa uma redução em relação aos dois anos anteriores – em 2015, aumentara 3,3% e, em 2016, 4,4%.O crescimento da despesa pública, de 3,5%, foi inferior ao ritmo do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), situado nos 4,1%. Em 2016, a despesa pública em Saúde tinha crescido 4,7%, mais 1,5 pontos percentuais do que o PIB (3,2%).
“O Governo continua a mostrar que não valoriza a saúde dos portugueses ao travar o aumento do investimento. O Serviço Nacional de Saúde precisa de um reforço orçamental urgente”, afirma Miguel Guimarães.
O relatório do INE identifica ainda um aumento da despesa familiar em 2016, para 4,5%, reforçando a subida verificada nos anos anteriores (3,6%, em 2014, e 3,4%, em 2015). Os portugueses gastaram sobretudo nos prestadores privados (40,8% em prestadores de cuidados de saúde em ambulatório e 14,3% em hospitais), em farmácias (24,0%) e nas outras vendas de bens médicos (10,3%). Em 2015, as famílias suportavam já 27,7% do total de despesa em Saúde, acima da média da União Europeia, que se situava nos 15,3%. “Onde está afinal o SNS a garantir o princípio da equidade de acesso a todos? Os gastos em saúde suportados pelos portugueses é cada vez maior e esta tendência tem de ser contrariada”, frisa o bastonário, esperando que os dados preliminares do INE para uma desaceleração das despesas familiares em 2017 se confirmem.