Crítica sobre Prescrição Eletrónica de Medicamentos
Em resposta a uma solicitação de análise da PEM, a Direcção do Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar emitiu um parecer que transcrevemos em seguida:
“Relativamente ao assunto em epígrafe, a Direção deste Colégio de Especialidade após a análise da documentação recebida, emite o seguinte parecer sobre Aplicações informáticas em cuidados de saúde primários:
Os Médicos de Família têm sido confrontados com o aparecimento em catadupa[1] de aplicações informáticas destinadas a satisfazer diferentes procedimentos de consulta.
Acresce a inexistência de formação adequada à sua utilização. Para além disso verifica-se que as aplicações não se articulam devidamente entre si, obrigando a uma duplicação de registo de dados e complexificação de procedimentos, centrando a atenção do médico nas aplicações em prejuízo da relação com o doente.
Não nos move qualquer animosidade contra a aplicação de novas tecnologias, pelo contrário, mas desde que estas sejam facilitadoras da boa prática clínica.
Este tipo de estrutura informática associada a uma rede lenta e não dimensionada para este tipo de utilização gera nos profissionais de saúde exaustação, desmotivação e má comunicação com o paciente que se repercutem na qualidade assistencial. Afeta ainda negativamente a formação médica pré e pós-graduada que se faz nas unidades de medicina geral e familiar.
As unidades de saúde não se podem transformar em laboratórios de aperfeiçoamento destas tecnologias. Está a passar-se para uma Medicina centrada no sistema informático e não no paciente, com claro prejuízo para os interesses dos doentes.
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[1] ALERT, TAO, SICO, MEDSOFT, VITACARE, MEDICINONE, SIMA RASTREIOS, PEM, MIM@UF, RCCI, SIARES, ATHIS
Com os melhores cumprimentos.
O Presidente da Direcção, José Maria Silva Henriques