Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos defendeu, no dia 6 de julho, que existem medidas alternativas ao confinamento que devem ser usadas para travar a pandemia, tais como “regras mais restritas”, uma fiscalização efetiva e uma nova matriz de risco.
Miguel Guimarães tem dúvidas da eficácia de confinar a Área Metropolitana de Lisboa e prefere uma aposta na “educação das pessoas”, relativamente às medidas de proteção. “O Governo, porque estava a ter mais casos em Lisboa, tomou algumas medidas restritivas ao fim de semana”, como proibir a circulação para dentro e fora da região ou fechar os restaurantes mais cedo, “mas não serviu para conter a infeção porque a variante Delta já está espalhada pelo país”, afirmou. A variante Delta, sublinhou, “está espalhada porque o vírus não fica sem fazer nada à semana, não tem dias e, portanto, esta visão das coisas, é uma visão que não funciona”.
A necessidade de uma nova matriz de risco
“Há um conjunto de ferramentas que nós devemos utilizar para a economia continuar a funcionar e para protegermos a saúde e isso começa pela matriz [de risco], defendeu, avançando que “dentro de pouco tempo” a Ordem dos Médicos vai ter uma “matriz já pronta a funcionar” que tem em linha de conta “vários parâmetros” ajustados à realidade pandémica atual. No seu entender, é preciso associar à matriz “novas medidas” “absolutamente essenciais”, como apelar às pessoas para se vacinarem.
O representante dos médicos deixou um alerta: mesmo os vacinados têm de usar máscara. “Há muitas pessoas vacinadas sem máscara, o que está errado. Temos de continuar a educar as pessoas nesse sentido”. Outra medida é “usar massivamente” testes rápidos de antigénio para “um conjunto enorme de atividades” para conseguir controlar surtos em casamentos, batizados, em atividades culturais, desportivas, considerou.
Miguel Guimarães defende “uma forma de atuar diferente” daquela que o país teve nas outras “fases agudas” da pandemia, sem estar a ter “grande medidas de confinamento, que neste momento podem não ser propriamente benéficas em termos globais”. No entanto, é necessário “começar a fazer uma fiscalização efetiva” das medidas básicas, algo que, considera, “falhou sempre”.
Educar e motivar
Para o bastonário, é preciso haver “uma entreajuda muito grande” entre quem pode contribuir para educar as pessoas a perceberem que “para continuarem a estar juntas, para continuarem a fazer as suas coisas, é fundamental cumprir as regras”. Isso passa também pela vacinação, com a sinergia de esforços de várias áreas de atividade. É importante “dar uma ajuda à task force através de instituições de áreas completamente diferentes”, do desporto à cultura, etc., para motivar a adesão ao processo de vacinação.
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