Um estudo da Universidade Nova de Lisboa apresentado esta semana revela que os portugueses deixaram de ir a quase dois milhões de consultas nos centros de saúde e nos hospitais públicos devido aos custos dos transportes e das taxas moderadoras. Mais: um em cada dez não comprou medicamentos prescritos pelo médico por falta de dinheiro.
A investigação mostrou também que os cuidados prestados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) geraram cinco mil milhões de euros para a economia – metade do orçamento do SNS –, ao evitar faltas ao trabalho e aumentando a produtividade. E a economia, apregoada pelo Governo como bandeira do sucesso do país, já se sabia que cresceu 2,7% em 2017.
Estes dados confirmam que temos de continuar a preocupar-nos. A Saúde devia ser para todos e isso não está a acontecer! Por mais que se prove que há retorno (e, por isso, poupança) do investimento e que o país fica a ganhar com maior dotação para Saúde, o Governo insiste em empatar a contratação de médicos e mantém o SNS subfinanciado.
Nome do estudo: ‘Índice de Saúde Sustentável’. Mas a qualidade do acesso dos portugueses à saúde, essa, continua ‘insustentável’!
Miguel Guimarães
Bastonário da Ordem dos Médicos
Saúde (in)sustentável! (Artigo de Opinião do Sr. Bastonário)