Autor: Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos
*Artigo publicado no jornal Correio da Manhã no dia 24/01/2018
NotÃcias de que os gestores da ADSE pretendem reduzir de forma significativa os pagamentos à s unidades de saúde convencionadas pelos exames realizados são preocupantes. Atos médicos, como biopsias da próstata, em que o valor proposto não cobre sequer as despesas com o material usado nos exames, são frequentes.
O risco de que unidades de saúde convencionadas, pressionadas pelo volume, optem por reduzir a qualidade dos exames realizados, colocando em risco a saúde dos doentes que ali recorrem, existe. Ao mesmo tempo, e já existem relatos, irá aumentar a pressão para que os médicos realizem o maior número de exames no menor perÃodo de tempo.
Por outro lado, aumenta o risco de muitas unidades convencionadas rescindirem os protocolos com a ADSE. Tal terá como consequência direta o aumento do número de doentes no SNS. E com isso aumentam os tempos de espera, a pressão sobre os profissionais de saúde e uma maior demora na identificação de eventuais problemas de saúde. O que, no limite, pode condicionar de forma definitiva o tratamento dos doentes. Não pode valer tudo para reduzir custos com a saúde. É que existem valores abaixo dos quais aumenta de forma significativa o risco para a saúde.