Anexamos um documento, não homologado em Conselho Nacional, de posição conjunta dos Colégios de Especialidade de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Interna com “Contributos para a melhoria na acessibilidade aos serviços de urgência”:
Sumário executivo:
A gestão do acesso e dos percursos nos cuidados em doença aguda ou agudizada é um problema crónico em Portugal. As tentativas de solução têm passado sempre pela abertura de mais serviços com realocação dos recursos existentes. Todavia, mantém-se a saturação dos serviços.
Este plano de intervenção estratégico pretende representar uma mudança de paradigma na forma como se pensam e organizam os cuidados à doença aguda ou agudizada.
Apresentamos uma reflexão baseada na experiência do dia-a-dia de duas especialidades médicas nucleares particularmente envolvidas nos cuidados à doença aguda dos utentes.
Os dados oficiais mostram que em Portugal ocorreram em média cerca de 6 milhões de atendimentos de urgência hospitalar por ano desde 2013 (45% classificadas como não prioritárias segundo a triagem de Manchester), 29,4 milhões de atendimentos médicos nos Cuidados de Saúde Primários, e 11,9 milhões de consultas nos Hospitais, com uma tendência crescente, exceto no ano de 2020. Uma parte significativa dos atendimentos à doença aguda ou agudizada pode ser transferido para outros níveis de cuidados se houver disponibilidade de meios técnicos e recursos humanos adequados.