Está a decorrer em Vila Nova de Gaia, nos dias 23 a 35 de novembro, o Congresso Nacional da Ordem dos Médicos que tem como tema central a carreira médica no qual a sessão de abertura realçou precisamente a importância da reflexão e ação em prol da sua modernização.
O Bastonário e presidente deste 26º Congresso Nacional, Carlos Cortes, enalteceu o mote do encontro, frisando como “o êxito da carreira médica está indelevelmente ligado ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, não sendo “por acaso que a desagregação da carreira está a acontecer em paralelo às dificuldades crescentes que temos sentido no SNS”, lamentou, frisando o compromisso em combater essa desestruturação. Uma situação que só se reverterá se construirmos a nova carreira médica, adaptada à evolução do sistema de saúde e do mundo.
Neste dia em que se assinala o 85º aniversário da Ordem dos Médicos, “organização humanista e de fraternidade na defesa da melhoria das condições de exercício da medicina”, Carlos Cortes fez questão de centrar o seu discurso numa mensagem positiva e de construção, apelando à responsabilidade que todos – médicos, cidadãos e decisores políticos – devem assumir em ajudar o SNS e o país, “contributo” que o dirigente quer que a OM preste, nomeadamente na área da formação médica qualificada.
Também Eurico Castro Alves, presidente executivo do evento, que abriu a sessão, explicou que “este congresso não quer debater a atual carreira”. Não escamoteando que como essa carreira foi importante para a sociedade portuguesa, Eurico Castro Alves declarou: “temos que afirmar frontalmente que a atual carreira é obsoleta e que não se coaduna com a realidade”. É preciso uma modernização que se não for a OM a liderar o processo para que haja uma nova carreira “esta nunca acontecerá”.
Tomas Cobo, presidente da OMC – organização espanhola homóloga da Ordem dos Médicos – enalteceu o trabalho do Bastonário Carlos Cortes e de todo o departamento internacional da OM e apelou a que nestes tempos muito “desafiantes” “defendamos ao máximo a relação médico/doente”
A encerrar a sessão, o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro fez questão de apelar a que se promova a fixação de médicos nas regiões limítrofes. Os portugueses das regiões mais carenciadas “têm todo o direito a cuidados de saúde de qualidade”, frisou, lembrando a importância da formação médica para que se respeite o objetivo “que nos une a todos” que será para servir melhor a população portuguesa prestando-lhes os melhores cuidados de saúde.