Anexamos o comunicado do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) de 6 de abril 2020 no qual, tendo em conta que metade dos portugueses padece de, pelo menos, uma doença crónica, algumas das quais requerem acompanhamento adequado e continuidade de cuidados, o CEMP alerta que há que criar mecanismos que acautelem o acompanhamento desses doentes crónicos, sob pena de aumentar a sua morbilidade e mortalidade. Só esses mecanismos poderão evitar que se verifique em Portugal a situação que tem ocorrido noutras situações de epidemia em diversos países nos quais se observou um acréscimo de mortes nos doentes com patologias crónicas anteriormente bem controladas.
Para se conseguir tal desiderato, o CEMP refere a necessidade de coordenação e planeamento cuidadosos, tendo em conta as realidades locais e regionais e a utilização de mecanismos inovadores que assegurem a continuidade de cuidados, tratamentos e avaliações diagnósticas, com recurso à telemedicina; o CEMP frisa neste comunicado a importância de se criarem “hospitais limpos”, que possam atender os doentes portadores de patologias crónicas, bem como garantir o acesso dos mesmos quando necessitam de cuidados em função de complicações agudas das suas patologias crónicas. Para que as medidas sejam eficazes é fundamental o envolvimento da Medicina Geral e Familiar e a implementação de uma campanha de sensibilização e alerta para que a existência da pandemia não fez desaparecer outras doenças, que devem ser vigiadas e tratadas, de forma a evitar uma catástrofe ainda maior.
Leia aqui o comunicado: ComunicadoCEMP_DoencasCronicas_6abril2020