O Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, em parecer técnico divulgado esta quarta-feira, afirma que a Orientação da DGS que regula os cuidados no parto “suscita dúvidas sobre questões relevantes, que podem comprometer de forma global o fluxo dos procedimentos, incluindo em termos de segurança”.
No mesmo documento, a Direção do Colégio sublinha a sua disponibilidade para, se a Orientação for revogada, continuar a colaborar de forma a encontrar uma solução que garanta o bom funcionamento das equipas, em prol da prestação dos melhores cuidados de saúde às grávidas e aos recém-nascidos.
De acordo com o Colégio, a Orientação da DGS apresenta pontos “relacionados com a definição de responsabilidades em todo o processo, que poderão ser passíveis de comprometer gravemente a dinâmica das atuais equipas de profissionais médicos e de enfermagem”.
O Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia enfatiza que a proposta de mudança de paradigma expressa na Orientação “poderá levar a uma desarticulação das atuais equipas de profissionais”, criando uma “divisão do que deve ser um trabalho de uma equipa de profissionais, liderada por especialistas de Ginecologia-Obstetrícia, com médicos e enfermeiros do mesmo lado”.
A fragmentação em duas equipas demasiado autónomas, de médicos ou enfermeiros separados, e a indefinição das responsabilidades de cada uma delas durante o parto é “passível de comprometer gravemente a dinâmica das atuais equipas”, lê-se no documento.
O Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia reafirma assim a discordância com a Orientação no seu formato atual, e solicita que os nomes dos peritos indicados pelo Colégio para colaborarem com o grupo de trabalho sejam removidos do documento.
Também o Conselho Nacional de Ética e Deontologia Médica, em parecer sobre a referida Orientação, mostra reservas quanto à forma como estas equipas estão a ser constituídas.