Um grupo de mais de 30 médicos recém-especializados em Medicina Geral e Familiar, que terminaram o seu internato em outubro e aguardam colocação há 4 meses, escreveu uma carta ao Ministro da Saúde manifestando desagrado pelo atraso nos concursos e a incompreensão quanto às razões dessa demora que prejudica não só o seu desempenho profissional mas muitos milhares de doentes que continuam sem médico de família. O grupo de médicos que assina esta carta considera “perversa” a política que está a ser seguida e questiona: “porque razão o Estado privilegia e aumenta a subcontratação de médicos sem especialidade através de empresas, a custos avultados e muito superiores e se esquece de nós?”
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou no dia 10 de janeiro na Assembleia da República que o concurso seria lançado “dentro de dias” mas, quase um mês depois, nada aconteceu, e estes jovens especialistas continuam na “incerteza do futuro: Será esta semana que o concurso é publicado? Será na próxima? Será este mês? Mais quanto tempo à espera?” “Alguns, cansados de esperar, abandonaram o SNS rescindindo os seus contratos”, sublinham.
Esta Carta Aberta foi entregue dia 6 de fevereiro nas ARS Norte e Centro mas será entregue ao Ministro da Saúde ‘por mão própria’ “tão cedo quanto possível, já que não acedeu ao nosso pedido de entrega do referido documento pessoalmente”, afirmam, solicitando que a tutela indique “uma data concreta e breve para a abertura do procedimento concursal”.