A Ordem dos Médicos reuniu com os médicos ucranianos e russos que exercem medicina no nosso país. O objetivo foi o de ouvir as suas reflexões e preocupações sobre os mais recentes acontecimentos relativos à guerra que está a acontecer na Ucrânia, bem como encontrar sinergias institucionais que permitam uma atuação concreta nesta matéria.
O bastonário manifestou a sua total solidariedade com os colegas e tomou a iniciativa da criação de um gabinete de apoio humanitário em estreita colaboração com os referidos médicos, no sentido de promover a organização e logística que encontre as melhores soluções para ajudar quem mais precisa.
“Esta é a altura de agir. Não podemos ficar parados a assistir pela televisão a uma guerra desigual, injusta e brutal. Com este grupo, a Ordem dos Médicos vai estreitar parcerias com entidades oficiais e devidamente certificadas e creditadas, garantindo que a ajuda chegará efetivamente a quem mais precisa e no momento certo”, explicou Miguel Guimarães.
Nas reuniões – que contaram com a presença de cerca de duas centenas de médicos ucranianos e russos que exercem em Portugal – os profissionais transmitiram que a ajuda pode ser feita a vários níveis, nomeadamente através do envio de alimentos, medicamentos e outro material médico e cirúrgico que será decisivo para cuidar dos feridos entre a população civil e militar e dos refugiados. Além disso, será necessário preparar o acesso aos cuidados de saúde dos refugiados que chegarão a Portugal nas próximas semanas. Neste sentido, todos os médicos presentes na reunião se demonstraram prontamente disponíveis para colaborar numa situação que se poderá prolongar no tempo, carecendo, por isso, de uma coordenação estruturada e organizada, com listas objetivas das necessidades e organização dos médicos disponíveis por sub-regiões médicas e locais de trabalho.
No caso concreto do apoio na área da saúde aos refugiados ficou bem vincada a vantagem da existência de equipas médicas com conhecimento de tradução para português de dossiers clínicos, consolidar diagnósticos e identificar doenças crónicas, e garantir acesso a cuidados de saúde a todos os refugiados.
Lisboa, 3 de março de 2022