O Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, tem marcado presença junto dos colegas, no terreno, mantendo uma intervenção determinada em defesa da qualidade da medicina e da melhor qualidade nos cuidados prestados à população.
Decidido a ser “a voz de todos os médicos pela dignificação da profissão, pela melhoria das suas condições de trabalho, pela valorização e segurança do ato médico”, esta semana o dirigente deslocou-se aos Hospitais Fernando da Fonseca e Santa Maria, duas unidades onde têm ocorrido dificuldades que podem pôr em causa a qualidade da prestação dos cuidados aos cidadãos.
O Amadora-Sintra já havia sido alvo da crítica da Ordem pelo perigo de arrastar a não nomeação do Conselho de Administração e da Direção Clínica, situação que Carlos Cortes considera “inaceitável”.
“Não haver uma estrutura estável, que permita aos médicos pôr ao serviço do utente as suas melhores capacidades, prejudica em larga escala o normal funcionamento dos hospitais e as respostas em Saúde.” Acresce a essa instabilidade os sérios constrangimentos vividos no Serviço de Cirurgia que têm levado vários médicos a expressarem vontade de abandonar esta unidade hospitalar.
Depois de visitar na manhã de segunda-feira o Hospital Amadora-Sintra onde reuniu com dezenas de médicos, o Bastonário deslocou-se a Santa Maria onde encetou várias reuniões com o objetivo de defender os melhores cuidados obstétricos e a máxima segurança clínica para as grávidas e os recém-nascidos da região de Lisboa.
Carlos Cortes expressou junto da Direção Clínica a convicção de que esta é uma oportunidade de construir consensos com os médicos do Serviço de Obstetrícia e de valorizar o seu contributo. Já à saída, em declarações à imprensa, o Bastonário recusou-se a colaborar em alarmismos desadequados pois “a segurança não está posta em causa”, mas há aspetos “que têm que ser aprimorados”.
“A última coisa que eu iria fazer é criar um alarmismo desnecessário: há, ainda, uma capacidade de resposta” no Serviço de Obstetrícia e “foram dadas garantias” de que a escala irá ser melhorada.
“O Colégio de Ginecologia e Obstetrícia irá deslocar-se muito rapidamente aqui ao hospital para fazer uma avaliação assistencial” que garanta que “todos os parâmetros de qualidade e de segurança estão a ser cumpridos”, explicou Carlos Cortes, enquadrando a sua preocupação com a capacidade formativa da unidade.
O Bastonário está a acompanhar estas situações com a “máxima atenção” e em “contacto direto” com os médicos quer do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca quer do Hospital de Santa Maria, de forma a encontrar soluções que garantam a segurança clínica para os doentes e as melhores condições da prática clínica para os médicos.