O Governo decidiu avançar para uma primeira fase de alívio das restrições anti-Covid, indo ao encontro do que a Ordem dos Médicos tem vindo a defender nas últimas semanas. O certificado digital passará a ser exigido apenas no controlo de fronteiras e o teste de negativo apenas para visitar pessoas em lares ou internadas em estabelecimentos de saúde. Termina a recomendação do teletrabalho, os isolamentos ficam mais circunscritos (terminam em caso de contacto de risco) e os estabelecimentos comerciais deixam de ter limites de ocupação. A utilização da máscara nos espaços interiores onde é exigida atualmente mantém-se.
Numa altura em que o país está numa “fase especial” da pandemia e com condições para projetar o futuro, o bastonário da Ordem dos Médicos considerou que as medidas de alívio de restrições “são bem-vindas”. “Após o sucesso tremendo da vacinação estamos em condições de poder libertar algumas das medidas restritivas que existem”, salientou Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa.
O representante dos médicos reiterou que o tempo de isolamento nas pessoas com sintomas leves/moderados podia diminuir de sete para cinco dias, à semelhança do que a maior parte dos países fez, dada as características conhecidas deste vírus em termos de incidência, transmissibilidade e gravidade.”Temos aqui um espaço para fazer isso também”, disse, desafiando a Direção-Geral de Saúde a avançar. Para Miguel Guimarães, também já não vale a pena continuar a testar em massa, mas sim as pessoas sintomáticas e as que precisem de ser testadas por motivos especiais.
O bastonário sugeriu ainda terminar com o mapa diário da avaliação da pandemia: “Acho que a melhor forma de comunicar neste momento é dar, uma vez por semana, a informação real daquilo que está a acontecer para as pessoas perceberem a evolução da própria pandemia”. “A Direção-geral da Saúde está a fazer uma coisa que é importante para as pessoas. Se não houvesse informação era acusada de não dar informação, agora dar a informação todos os dias, neste momento, eu acho que não faz sentido nenhum e é um exagero”, explicou.
Pelo facto da “gravidade do vírus” ter caído “a pique”, a convicção é a de que, no dia 20 de março, se assinalará “a Primavera da liberdade”.