O Bastonário da Ordem dos Médicos apelou ao bom senso do Governo para resolver a crise de falta de médicos em hospitais como o de Santarém, que visitou esta terça-feira e onde se estima que a situação vá agravar-se muito ao longo dos meses de outubro e novembro. No rescaldo da visita ao Hospital de Santarém, onde ouviu em primeira mão as queixas de colegas exaustos, que não veem como poderão fixar os médicos que fazem falta nos seus serviços, Carlos Cortes alertou para a insustentabilidade da situação atual. “Os médicos estão a cumprir o seu horário de trabalho e fazem no mínimo mais 150 horas extraordinárias. Mas os responsáveis têm que perceber que ninguém pode estar muito tempo a fazer 70, 80 ou mais horas numa semana. Esses horários põem em causa a segurança clínica e a própria saúde dos médicos”. O Bastonário já havia alertado que, se nada for feito, mais de duas dezenas de hospitais não conseguirão assegurar as escalas de especialidades como Medicina Interna, Cirurgia, Pediatria, Cardiologia, Cuidados Intensivos ou Ginecologia e Obstetrícia. “O Ministro e o Governo têm que perceber que o maior valor do SNS são os médicos”, referiu, lembrando as palavras de António Arnaut.