A consultora que vai fazer uma auditoria externa independente ao processo de atribuição de idoneidades e capacidades formativas para a formação especializada do internato médico já foi selecionada. Na sequência da consulta prévia ao mercado realizada pela Ordem dos Médicos (OM), foi selecionada a consultora Deloitte
A medida, anunciada no final de abril, surgiu em defesa da qualidade da formação e numa altura de especial preocupação com as condições proporcionadas pelo SNS, com médicos a ficarem sem acesso a uma vaga de especialidade. Esta auditoria já tinha sido proposta pela OM ao Ministério da Saúde (MS) há dois anos, mas a tutela não tinha chegado a avançar.
A formação de médicos em Portugal é de excelência e reconhecida em todo o mundo. Com o principal objetivo de garantir a continuidade da qualidade desta formação, a auditoria vai permitir avaliar os processos e procedimentos seguidos na atribuição de capacidades formativas, contribuindo para os tornar mais corretos, eficazes e eficientes. No final, pretende-se ter um conjunto de áreas de potencial melhoria identificadas e recolher, também, propostas de recomendações.
“Em nome do superior interesse do país e dos doentes, não podemos permitir que a qualidade da formação especializada seja colocada em risco, com todo o impacto negativo que pode ter nos cuidados de saúde a médio e a longo prazo”, explicou o bastonário da OM, Miguel Guimarães, aquando do anúncio da auditoria.
Na mesma altura, o bastonário recordou que o modelo português de atribuição de idoneidades e capacidades formativas tem sido amplamente elogiado no espaço europeu e, como tal, reconhecido como garante da qualidade da formação médica portuguesa. Prova disso são as classificações obtidas pelos jovens médicos portugueses nos exames europeus de especialidade, sistematicamente nos lugares de topo.
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