Com o mote de “Soluções de Crises em Saúde” e o objetivo de criar oportunidades para estudantes universitários, na área da saúde em Portugal, colocarem em prática os seus conhecimentos académicos, aplicando-os a um projeto real, o AUA! (Angelini University Award 2020/21) foi entregue no dia 16 de novembro.
Quinze semifinalistas disputavam o AUA!, com a consciência de terem em mãos projetos meritórios. Essa foi, aliás, a opinião unanime do júri do prémio que, antes da revelação dos vencedores, participou numa mesa redonda, no Teatro Thalia, em Lisboa. O bastonário da Ordem dos Médicos teve oportunidade de reforçar isso mesmo, considerando esperançoso que a academia e tantos jovens se mobilizassem em torno da criação de soluções em saúde. Miguel Guimarães deixou palavras elogiosas aos participantes, frisando que não é todos os dias que se avalia trabalhos tão bons.
No âmbito da mesa redonda, houve espaço para analisar o que de melhor foi feito na resposta à COVID-19 em Portugal. Nesse contexto, Miguel Guimarães salientou que se fez mais, com menos, e que o sucesso da taxa de vacinação no nosso país foi possível “graças ao trabalho do coordenador da task-force e graças à população”. Aludindo ao papel da Ordem dos Médicos, o bastonário lembrou que foi coordenada uma campanha de vacinação “ímpar” que permitiu vacinar os médicos que estavam ser deixados para trás pelo Ministério da Saúde numa primeira fase. Prova de que “as ordens são ágeis e, mais importante, têm massa crítica” que permite foco nas soluções efetivas.
O presidente do conselho científico da NOVA Medical School, Miguel Xavier, afirmou que “a maturidade e o enquadramento da sociedade civil” em matéria de saúde é, hoje, muito maior. “Muitos dos projetos em concurso neste prémio não eram possíveis há 4 ou 5 anos”. O médico psiquiatra identificou que “a grande mudança” que a COVID-19 trouxe à academia foi o ritmo de trabalho, na medida em que “teve de trabalhar mais rapidamente”.
Miguel Telo de Arriaga, chefe da divisão de literacia, saúde e bem-estar da DGS, destacou que o trabalho da academia, apesar de nem sempre ser “visível”, “dá sempre vários inputs muito valiosos”.
Em representação da bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, esteve presente Luís Miguel Lourenço, presidente da direção regional do Sul daquela Ordem. O representante secundou as palavras de Miguel Guimarães, deixando a certeza de que as ordens profissionais “têm sabido responder às necessidades da sociedade”, algo que ficou provado com a resposta à pandemia.
Depois do debate, foi altura de conhecer os vencedores.
O primeiro prémio foi atribuído ao projeto “+ Segura – Sistema de Apoio à Gestão Terapêutica” da autoria de alunos da NOVA Medical School. O projeto consiste no desenvolvimento de um sistema user-friendly para profissionais de saúde, que aumente a eficiência e segurança no processo de gestão terapêutica. E, ainda, no desenvolvimento de uma aplicação móvel para utentes, que fomente um papel ativo na gestão da sua medicação e um aumento da literacia em saúde.
O segundo prémio foi para a cidade de Setúbal, nomeadamente para a Escola Superior de Saúde. O programa “ReCoV19 – Recovery from COVID19” provou conseguir melhorar a qualidade de vida dos doentes que sofreram de algum tipo de “long-COVID”, diminuindo a fadiga associada a atividades funcionais e reduzindo os níveis de ansiedade e depressão decorrentes da doença.
No galardão atribuído através da votação do público, os vencedores pertencem à Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança. O projeto, intitulado “Sistema Colaborativo para gestão e monitorização de cuidados de saúde no domicílio” foi concebido através de uma app/plataforma digital e algoritmos inteligentes, com o objetivo de digitalizar, automatizar e otimizar o processo operacional e de gestão de visitas domiciliárias.
Finalmente, o prémio de jornalismo, dedicado ao mesmo tema de todo o evento – “Soluções de Crises em Saúde” – foi entregue à jornalista Inês Moura Pinto, pelo trabalho “Todos os minutos contam na luta contra a demência. A pandemia roubou alguns a Regina e Rosa.”
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