A Assembleia dos Representantes da Ordem dos Médicos manifestou profunda preocupação com a atual conjuntura do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as dificuldades que médicos e doentes enfrentam em vários hospitais, de norte a sul do país.
Na reunião, que juntou cerca de uma centena de médicos de todo o país, foi manifestado total apoio à posição defendida pelo Bastonário da Ordem dos Médicos e pelo Conselho Nacional em relação às medidas para defender o SNS e melhorar as condições de trabalho dos médicos.
“É necessária uma ação urgente e consequente do Governo para fazer face às dificuldades que afetam o SNS, e que irão agravar-se rapidamente se nada for feito. Não serão suficientes medidas pontuais. É preciso repensar o SNS, na planificação dos seus recursos, no seu modelo de organização. A Saúde mudou profundamente nestas últimas décadas, mas os sucessivos Governos continuam a olhar para o SNS como há 40 anos, na altura da sua criação”, alerta o Bastonário Carlos Cortes.
“Este é o momento de união dos médicos e das estruturas médicas, num tempo particularmente difícil, que exige uma resposta e uma intervenção rápida do Governo”, salienta o Bastonário, que reuniu o órgão da Ordem dos Médicos com maior representatividade, com o objetivo de ouvir os seus membros e analisar o atual momento do SNS, o mais complexo que enfrenta desde a sua fundação.
A defesa da qualidade da formação médica, a valorização do papel dos médicos, traduzida em condições de trabalho adequadas e numa carreira médica justa e com progressão, são algumas das reivindicações apresentadas pela Ordem dos Médicos.
“A defesa de cuidados médicos de qualidade é um dever estatutário e deontológico da Ordem dos Médicos”, refere o Bastonário da Ordem dos Médicos. “A Ordem dos Médicos está empenhada em promover o diálogo e na defesa de todas as medidas de elementar justiça, de respeito e que dignifiquem o trabalho dos médicos. Hoje, os cuidados de saúde e a segurança dos doentes estão dependentes da intervenção do Governo para a melhoria do SNS. Esta situação, se nada for feito, tornar-se-á insustentável já no mês de novembro, comprometendo gravemente a capacidade de resposta de todo o SNS”.
As estruturas representativas dos médicos vão reunir em Fórum Médico no próximo dia 16 de outubro, às 15:30, na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos.