Miguel Guimarães tomou conhecimento da carta que os médicos da urgência do Hospital de São José assinaram em apoio aos chefes de equipa demissionários. O documento é assinado por 157 médicos, a maioria dos clínicos que trabalham nas equipas de urgência de cirurgia geral e medicina interna. “É uma atitude expressiva de manifesta solidariedade com os colegas”, afirma o bastonário reiterando também o total “apoio aos médicos que se demitiram em defesa da segurança dos doentes”.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) já tem conhecimento da carta de apoio aos 16 chefes de equipa da urgência do Hospital de São José que apresentaram demissão em defesa da segurança dos doentes. O documento é assinado por 157 médicos – a grande maioria dos clínicos da urgência de Medicina Interna e Cirurgia Geral, entre outras especialidades – e surgiu com o objetivo de “manifestar todo o apoio aos seus Chefes e partilhar as mesmas preocupações.”
“É louvável a coragem dos chefes de equipa que tomam esta atitude em defesa dos doentes e da qualidade dos cuidados de saúde, bem como é notável a solidariedade manifestada pelos médicos do hospital”, salienta o bastonário. “E é muito expressivo e revelador da gravidade da situação que a maioria dos colegas subscreva as preocupações com a falta de segurança que foram denunciadas pelos chefes de equipa da urgência”, acrescenta.
“A função dos Chefes destas Equipas, numa urgência com as características da nossa, é exigente, complexa e de enorme responsabilidade”, começam por referir na carta. “A liderança, para além dos aspetos de coordenação assistencial médica e de tomada de decisão clínica, implica a defesa da coesão das equipas, a manutenção de um elevado nível de qualidade nos cuidados prestados aos doentes, a segurança das condições de trabalho dos médicos, a conservação da capacidade de formação pré e pós graduada e a continuidade da uma tradição secular de excelência”, lê-se ainda no documento assinado por 157 médicos. Nas equipas de urgência de medicina e cirurgia trabalham cerca de 170 clínicos.
A carta, endereçada ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), à direção clínica e direção da urgência polivalente do CHLC, que gere o Hospital de São José, foi remetida para conhecimento do bastonário.