Morreu a Rosa Soares, após 35 anos ao serviço da Ordem dos Médicos.
O dia 7 de abril foi um dia triste e de luto para a Ordem e para todos nós.
Rosa Soares foi antes de mais uma colaboradora dedicada e atenta que viu crescer muitas gerações de médicos. Uma pessoa que acompanhou muitas das nossas lutas, e que acreditava nas nossas causas.
Foi firme na defesa e proteção da Ordem dos Médicos, um apoio permanente aos dirigentes da Ordem e, em especial, ao seu bastonário. Esteve sempre presente nos bons e nos maus momentos. Ajudou os seus colegas e os médicos e, em especial, os mais jovens.
Foi solidária, não vacilando na procura de soluções que permitissem encontrar um caminho. Participou com lucidez e empenho nas atividades da Ordem dos Médicos. Exerceu o seu “mandato” ao serviço da Ordem com entrega e inteligência. Foi sempre uma presença informada e participada nas reuniões em que esteve presente. Deu um contributo valioso, com a sua notável capacidade de trabalho e memória , para imprimir uma dinâmica própria à capacidade de resposta da Ordem.
A sua disponibilidade, atenção, respeito e sentido de lealdade, edificaram uma imagem que seguramente permanecerá na nossa memória individual e colectiva.
Foi um exemplo em todos os momentos.
O texto notável da Paula Fortunato, intimista e de grande humanismo, retrata de forma honesta a pessoa e amiga Rosa Soares. Todos lhe quisemos prestar uma homenagem sentida neste momento. Com mais ou menos palavras, na forma escrita ou oral, transmitir à família e amigos a nossa profunda tristeza pela sua partida.
Sem Rosa Soares a Ordem dos Médicos está seguramente mais pobre.
Um abraço amigo e até sempre,
Miguel Guimarães
Testemunho dos anteriores Bastonários da Ordem dos Médicos:
A Rosa começou a trabalhar na Ordem dos Médicos, numa modesta posição, quando eu era o Presidente da Ordem dos Médicos. Porém, progressivamente, foi-se impondo pela sua dedicação, seriedade, memória e inteligência… Se alguém tinha dúvidas sobre um facto ou um documento a Rosa sabia sempre encontrar o que faltava. E foi assim, porque ela ‘sabia sempre tudo’, que o meu sucessor Machado Macedo não hesitou em promovê-la. Formalmente não foi sua secretária, mas colaborou com o seu habitual empenho sempre que solicitada a ajudar. E ela, pelo seu merecimento, não podia deixar de merecer o lugar de relevo que alcançou na Ordem dos Médicos. – Gentil Martins
A Rosa secretariou com inteligência, lucidez e dedicação a Ordem dos Médicos, tendo colaborado com senso, correção e ética com os últimos sete Bastonários, apesar de diferentes nas suas posturas, políticas e idiossincrasias. Autodidata com elevada capacidade de trabalho era o verdadeiro Arquivo vivo não tecnológico da Ordem dos Médicos, retendo informações, que partilhava com todos os Médicos que desejassem vasculhar o passado, questionar o presente ou tentar encontrar as vias adequadas para o futuro da Instituição. O seu desaparecimento ao deixar mais pobre o meu “locus” dos afetos presenciais, permite-me com frequência avaliar a saudade que esculpiu na minha alma. – Carlos Ribeiro
Nos seis anos em que fui Bastonário, a Rosa foi inexcedível nas suas funções como minha Secretária. Sem o seu apoio constante, a sua lealdade, a sua dedicação e a sua estima, bem mais difícil teria sido o meu dia a dia e mais pesado o exigente desempenho que o cargo impõe. E o mesmo aconteceu com os meus antecessores e com os bastonários que vieram depois de mim. Porque a Rosa era acima de tudo fiel e dedicada à Ordem que também sentia como sua pois com o seu empenho constante contribuiu também para a sua consolidação. Agora que não está mais entre nós, a Ordem fica mais vazia e mais triste. Resta-nos, para além da saudade e tristeza que todos sentimos, a grata recordação do que sempre significou para todos nós. – Germano de Sousa
Morreu a Rosa. Desde 93 secretária de todos os Bastonários era a memória viva da Ordem e um exemplo de lealdade. Com a Rosa a fidelidade aos Médicos e à sua Ordem, a dignidade e isenção não eram “forças de expressão”. Com a Rosa não havia fugas de informação, comentários sarcásticos, bate boca e diz que disse… Morreu há dias uma parte incontornável de todos nós. A mim morreu uma amiga que recordarei e a quem estou grato para a vida. – Pedro Nunes
A Rosa era uma pessoa excecionalmente dedicada, empenhada, trabalhadora, sempre disponível, leal a todas as pessoas com quem trabalhou, inteligente, bem disposta, organizada, com uma memória espantosa e boa pessoa. Com ela perde-se parte da memória da Ordem dos Médicos, que nunca mais se recuperará. Não era perfeita e tinha o seu feito próprio, como todos de nós, mas era uma pessoa ímpar, de imensa qualidade e uma profissional exemplar, com quem foi um enorme prazer trabalhar. Merecia poder gozar a reforma, com a família, de forma tranquila e feliz. A sua dolorosa morte prematura é uma enorme tristeza! – José Manuel Silva