“Para satisfazer a procura crescente de cuidados, devemos alinhar o investimento [português em Saúde] com o que é realizado na OCDE. (…) Num momento difícil para o país e para os portugueses, acreditamos que a Saúde deverá ser a prioridade do próximo Governo e estamos convictos que a digitalização é o caminho a seguir: investir na Saúde é investir nas pessoas.”, referiu Eurico Castro Alves, Presidente da Convenção Nacional de Saúde (CNS), na reunião dessa estrutura que teve lugar na Ordem dos Médicos esta semana, subordinada ao tema da “digitalização da Saúde ao serviço das pessoas”. A conferência foi organizada pela Convenção Nacional da Saúde (CNS), e decorreu dia 15 de novembro em Lisboa.
O Bastonário da Ordem dos Médicos – e chairman da CNS – e o Ministro da Saúde intervieram na sessão de encerramento: Carlos Cortes frisou alguns desafios nomeadamente as questões éticas de defesa do doente, segurança e confidencialidade “que são importantes acautelar”, mas também os problemas práticos da disseminação excessiva de programas informáticos incompatíveis entre si e das dificuldades sentidas por não termos ainda um registo clínico eletrónico único em funcionamento que seja transversal a todos os setores. “É impossível tratar um doente adequadamente se temos mais de 30 programas informáticos que somos obrigados a usar na consulta”… Satisfeito com a participação na Convenção Nacional da Saúde de representantes europeus, o dirigente mencionou a relevância desse envolvimento transfronteiriço e a importância fundamental do desenvolvimento da Saúde no espaço europeu que pode ajudar na digitalização. “Com mais dados conseguimos fazer melhor medicina e melhor investigação” razão pela qual “precisamos nos conectar uns aos outros”. Mencionando bons exemplos e projetos pilotos como o do SESARAM que Portugal tem, o Bastonário frisou que precisamos “saber aproveitar e usar” esses bons exemplos. E, muito importante, é que “se passe das reflexões para a concretização”. “Não queria que passássemos o tempo apenas a falar do que já sabemos que é essencial para o país”. “É preciso ter coragem para implementar essas boas decisões e conhecimento”, trabalho para o qual podem contar com o empenho da Ordem dosa Médicos. “Estamos empenhados. Criamos uma comissão liderada pela Dra Isabel do Carmo precisamente para a área da digitalização porque reconhecemos que a digitalização é uma questão de necessidade para a evolução dos cuidados de Saúde”, explicou Carlos Cortes. Essa ideia do apoio da União Europeia já havia sido deixada por Fulvia Raffaelli que na sua intervenção deixou claro que “o futuro da saúde passa pelo aumento da digitalização”, sempre, frisou, “mantendo as pessoas no centro do sistema”, explicando ser essencial “ultrapassar a fase desafiante da implementação”. “Portugal pode contar com o nosso apoio para atingir os melhores resultados neste âmbito”, concluiu.
“Better data, better society” é a expressão usada à margem do web summit que Mário Campolargo, Secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa escolheu para resumir algumas ideias essenciais durante a Convenção Nacional de Saúde. Essa expressão, explicou, “faz-nos constantemente lembrar que não digitalizamos por digitalizar, digitalizamos com um propósito. Os dados recolhidos de uma forma ética com respeito pela privacidade, segurança, com respeito pelos princípios basilares de equidade, transparência e acountability são fundamentais”.