Lisboa foi a primeira cidade europeia escolhida para acolher o International Medical Cannabis Conference (CannX). O encontro aconteceu na quarta-feira, dia 12, e a sessão de abertura contou com uma intervenção do bastonário da Ordem dos Médicos. Miguel Guimarães, no seu discurso, destacou que é essencial que o caminho da cannabis medicinal seja acompanhado de perto pela melhor evidência científica, assegurando que os médicos estão preparados.
“Agora que muitos países, como Portugal, introduziram alterações legislativas para acolher a cannabis medicinal, todos temos a obrigação de encorajar que mais informação seja recolhida e analisada, o que nos inclui a nós médicos, mas também aos reguladores, peritos, indústria, etc”, afirmou o bastonário.
No caso da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães explicou que foi solicitado um parecer sobre este assunto ao Conselho Nacional de Política do Medicamento, tendo este órgão técnico elaborado um documento com base na melhor evidência científica e que identifica as patologias que podem beneficiar dos tratamentos com cannabis, mas também os potenciais efeitos adversos.
Para o bastonário, “é essencial que os produtos à base de cannabis sigam o mesmo caminho da ciência que têm seguido os medicamentos”, reforçando assim o papel fulcral que tanto a Agência Europeia do Medicamento como a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) têm neste processo.
A sessão de abertura contou também com intervenções da bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, e do presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, tendo ambos defendido que o percurso legislativo e regulamentar seguido em Portugal é robusto e que dá confiança ao sistema. Participaram, ainda, Yossi Bornstein, co-chair da conferência, e Raquel Peyraube, da International Association for Cannabis as Medicine.