N.º de licenciados em medicina em Portugal continua a ser superior à média da EU
O relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da Comissão Europeia “Health at a Glance Europe 2024”, que avalia os progressos da UE em direção a sistemas de saúde eficazes, acessíveis e resilientes, foi divulgado, esta semana.
Focado, sobretudo, em dois temas centrais: resolver a escassez de mão de obra no sector da saúde e promover uma longevidade saudável, o Health at a Glance Europe 2024 traça um cenário preocupante para a Europa, mas também para Portugal.
Se em relação ao número de profissionais de saúde Portugal até apresenta resultados assinaláveis, com o número de licenciados em medicina por 100 mil habitantes (16,04) superior ao da média da UE (15,47), o mesmo não se verifica em relação a outros indicadores.
No que diz respeito à evolução da pirâmide etária, 25% da população portuguesa tem mais de 65 anos. Estima-se que em 2050 a parcela da população nesta faixa etária seja um terço das pessoas que vivem em Portugal.
Também no que toca à despesa em saúde em Portugal e aos pagamentos diretos das famílias portuguesas com cuidados de saúde, os resultados não são animadores.
Em 2022, as despesas de Portugal com os cuidados de saúde voltaram a ser significativamente inferiores à média europeia. O nosso país estava no 17.ª lugar no ranking de 27 países da União Europeia neste indicador. Portugal gastou 2.814€ por pessoa em saúde em 2022, abaixo da média da EU de 3.533€ e apenas pouco mais de metade do que a Alemanha, país com maior despesa, gastou (5.317€).
Já os pagamentos diretos por parte das famílias portuguesas com os cuidados de saúde representaram 30%, quando a média da UE foram 15%.
Numa reação ao relatório, o Bastonário Carlos Cortes sublinhou ser “fundamental assumirmos um compromisso firme com a Saúde”. Para Carlos Cortes, “o reforço do financiamento da saúde, o fortalecimento do SNS e aposta na prevenção” são aspetos essenciais para inverter o cenário atual.