Segue comunicado do Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos, cujo teor é também subscrito pelo Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes:
O Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF) da Ordem dos Médicos vem, por este meio, expressar preocupação face às recentes declarações proferidas por representantes da enfermagem obstétrica, as quais consideramos não só infundadas, como também prejudiciais ao trabalho integrado e colaborativo que é necessário para assegurar a qualidade dos cuidados de saúde materna em Portugal.
Repudiamos veementemente a insinuação de que os médicos de família carecem de sensibilidade na prestação de cuidados às grávidas. Os especialistas em MGF, altamente qualificados e com formação rigorosa, têm demonstrado, ao longo dos anos, uma dedicação inquestionável à saúde das mulheres e dos recém-nascidos, assegurando o acompanhamento contínuo em todas as fases da gravidez, incluindo o diagnóstico e a orientação das situações de maior complexidade.
É inadmissível que se sugira um retrocesso na organização dos cuidados de saúde, desvalorizando a competência dos médicos de Família, cuja prática é baseada na mais rigorosa evidência científica. Rejeitamos qualquer tentativa de imposição ou desrespeito pelas nossas funções e competências.
Estamos atentos e vigilantes. Não aceitaremos atropelos à nossa competência e às nossas responsabilidades. Defendemos, sim, a construção de oportunidades para um verdadeiro trabalho em equipa, onde todos os profissionais de saúde possam contribuir com a sua experiência e conhecimento para a excelência dos cuidados de saúde materna no nosso país.
Nunca aceitaremos medidas que ponham em causa a segurança e a qualidade dos cuidados prestados às grávidas e aos recém-nascidos. O nosso compromisso é, e sempre será, a defesa de um Sistema de Saúde robusto, onde a cooperação e o respeito mútuo entre todas as classes profissionais prevaleçam.
Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos