O dia 12 de março assinala o Dia Europeu de Consciencialização para a Violência contra Médicos e outros Profissionais de Saúde, efeméride instituída pela primeira vez há 3 anos, por iniciativa do CEOM.
Reconhecendo que os profissionais de saúde são cada vez mais confrontados com situações de violência, por vezes extremas, na sua prática diária, mesmo fora de qualquer contexto de conflito, e como isso os afeta, nomeadamente por gerar maiores níveis de burnout, pondo em causa a segurança do doente e a qualidade dos cuidados que lhe são prestados, as organizações médicas europeias (EMOs) assinalam a data, enaltecendo alguma evolução que está a acontecer nesta área, nomeadamente na sequência dos apelos que têm feito. Estes apelos à ação urgente para proteger os profissionais de saúde, entre eles os médicos, no desempenho das suas nobres funções. Além da prioridade de aplicação das leis existentes para combater a violência contra médicos e outros profissionais de saúde no local de trabalho, os apelos vão no sentido de melhorar essas normativas, estabelecendo mecanismos nacionais de denúncia em toda a Europa, além da implementação de programas mais eficazes de prevenção da violência e assistência às vítimas.
Para assinalar o 3º Dia Europeu de Consciencialização sobre a violência contra médicos e outros profissionais de saúde, o CEOM promoveu no passado dia 25 de fevereiro, na reunião do working group das EMOs sobre violência, uma série de medidas para proteger o pessoal médico no desempenho das suas funções. Para combater a violência contra médicos, é preciso primeiro reconhecer esta circunstância como um importante problema de saúde pública e como sendo um dos fatores externos que condiciona a forma como os médicos (e outros profissionais de saúde) atuam de forma eficiente no desempenho das suas funções. Essas medidas incluem questões de legislação, segurança e formação (nomeadamente na área da comunicação). As condições de trabalho, incluindo a violência e falta de segurança no local de trabalho, o excesso de horas extra, falta de descanso e pressão diária sobre os profissionais de saúde, acarretam consequências psicológicas e burnout. O CEOM e as restantes organizações europeias, defendem que, independentemente de considerarmos violência psicológica e burnout questões prioritárias, não podemos ignorar os danos irreparáveis que a violência traz para a saúde e futuro dos profissionais. Só promovendo a uma boa relação médico/doente se poderá diminuir a incidência quer de violência quer do consequente burnout. As EMO’s consideram que se deve exigir tolerância zero à violência no local de trabalho, facilitar e encorajar a denúncia de atos de violência e apoiar as vítimas tanto em termos médicos como legais ou até financeiramente quando necessário.