O Bastonário da Ordem dos Médicos criticou o relatório da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) destinado a apurar as causas da morte de um homem de 53 anos num dia de greve do INEM. Numa publicação nas redes sociais, Carlos Cortes mostrou-se indignado por considerar “injusto” responsabilizar um médico e uma técnica de emergência pré-hospitalar.
“Num dia atípico, com uma greve previamente anunciada, sem funcionamento mínimo do sistema de emergência médica, 4.816 chamadas não atendidas por parte do INEM e um caos geral instalado, o IGAS, no relatório pedido pela Ministra da Saúde desresponsabiliza qualquer instituição pública”, constata Carlos Cortes.
Na opinião do Bastonário da Ordem dos Médicos verifica-se “uma inversão chocante da realidade” e os dois trabalhadores, que aceitaram comparecer ao serviço nesse dia “tão conturbado, sob condições realmente adversas, são assim usados como bodes expiatórios, enquanto procuravam cumprir o seu dever profissional e ético.”
“As instituições públicas têm o dever de prestar contas com transparência e seriedade. Que sejam identificados e responsabilizados os verdadeiros autores das falhas, não aqueles que cumpriram, apesar das adversidades, a missão de salvar vidas, indo ao encontro dos doentes”, escreve Carlos Cortes.
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