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O webinar “Como ser verdadeiramente inteligente? IA na publicação científica”, organizado pela Ordem dos Médicos, teve como palestrante Helena Donato, Directora do Serviço de Documentação e Informação Científica da ULS de Coimbra, que explicou conceitos fundamentais de Inteligência Artificial (IA) generativa e apresentou algumas das principais ferramentas disponíveis. Entre os recursos mencionados, destacou, por exemplo, a forma como podem ajudar a poupar tempo e a mapear literatura científica, nomeadamente ao “permitir-nos encontrar uma narrativa” após identificar lacunas na investigação. Durante a apresentação, Helena Donato referiu-se a ferramentas como a Elicit e a Scispace, que permitem interagir com artigos científicos diretamente, mesmo em formato PDF. São instrumentos de IA através dos quais podemos fazer perguntas ao conteúdo e receber respostas claras, o que facilita e acelera a extração de informação. “A chave do sucesso na utilização destas ferramentas é dar boas instruções, muito precisas, para obter boas respostas”, afirmou, sublinhando a importância de experimentar diferentes soluções e escolher as que melhor se adaptam às necessidades de cada investigador. Entre outras funcionalidades úteis, destacou ainda as ferramentas de apoio à avaliação da qualidade da informação científica, à extração de dados e à deteção de plágio. Helena Donato esclareceu a diferença entre ferramentas generativas e descritivas e explicou o enquadramento do uso ético de cada uma dessas vertentes. Outra das ferramentas abordadas foi a Paperpal, que é útil para parafrasear textos, evitando semelhanças e reduzindo riscos de plágio. Para melhor enquadrar as limitações éticas destes recursos, a palestrante explicou que não se deve pedir à IA que gere o conteúdo, mas antes que nos ajude a melhorar os nossos trabalhos. Por exemplo, à ferramenta de IA Jenni.ai, que pode ser usada para melhorar a clareza e legibilidade de artigos, devemos pedir ajudas concretas como: “melhora este título, tornando-o mais objetivo e conciso”. Como nenhum recurso é isento de riscos, o uso de IA na publicação científica tem particularidades que exigem cuidados, como enquadrou a  Directora do Serviço de Documentação e Informação Científica da ULS de Coimbra ao falar dos riscos associados à potencial quebra de confidencialidade. “Com a IA generativa, é importante ter cuidado com o que se partilha, pois não é claro que tipo de informação estas ferramentas podem guardar” e usar em respostas a outros utilizadores. Por isso, recomendou não partilhar resultados ainda não publicados, nem dados confidenciais de casos clínicos, para evitar que a IA reutilize essa informação. Citando um estudo publicado na revista Nature, Helena Donato referiu a relevância da IA generativa no apoio a investigadores cuja língua materna não é o inglês, ao nível da tradução e da edição. Realçou que as ferramentas IA, especialmente as gratuitas, podem promover e melhorar a equidade científica. 

A receptividade de dezenas de participantes foi muito positiva, com grande expectativa para futuras edições em que se aprofundem outros temas referentes ao uso de inteligência artificial.

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