É uma realidade mais marcada do que nunca: a Medicina Geral e Familiar atingiu um ponto crítico. O número de pessoas sem médico de família aumentou. No final de maio havia cerca de 11 mil a mais do que em abril. Há neste momento 1.644.809 utentes que se encontram nessa situação e as soluções não têm sido eficazes. O concurso nacional de colocação para recém formados na especialidade de Medicina Geral e Familiar ficou longe do desejado, tendo sido abertas 585 vagas em abril mas apenas 231 foram preenchidas, o valor mais baixo dos últimos três anos. Além da falta de atratividade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que não está a conseguir conquistar mais médicos, não abriram vagas suficientes nas zonas mais carenciadas do país. A Ordem dos Médicos emitiu esta semana um comunicado onde alerta para a gravidade da situação e explica que “o Ministério da Saúde, ao não abrir concursos nas regiões carenciadas, empurra médicos para fora do SNS, comprometendo o acesso das populações a cuidados primários de saúde.” É notória uma fraca estratégia nacional que só complica o estado do SNS, ano após ano. “É inaceitável que existam utentes sem médico de família e, em simultâneo, especialistas em Medicina Geral e Familiar sem colocação. Este é um problema de gestão, não de recursos”, frisa o Bastonário da Ordem dos Médicos apelando a que, além da abertura de vagas se potencie as condições para facilitar a mobilidade de médicos entre as ULS. Esta solução passa por maior regularidade nos concursos de mobilidade, permitindo que os médicos possam ajustar o seu percurso às necessidades do sistema e das suas vidas, tanto na esfera pessoal como profissional.
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