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Vacinar, rastrear, sequenciar, certificar e antecipar são passos determinantes para Portugal vencer a pandemia

 

O Bastonário e o Gabinete de Crise para a COVID-19 da Ordem dos Médicos, no decurso do agravamento da situação epidemiológica nacional e do anterior comunicado de 07 de junho, vêm reiterar:

A indispensabilidade de alargar a vacinação a toda a população adulta em regime de autoagendamento e a abertura de centros de vacinação nos hospitais, aos fins de semana, de modo a permitir igualmente a vacinação mais segura de pessoas com risco acrescido de reações adversas;

A importância da realização de testes de diagnóstico em todos os indivíduos sintomáticos, incluindo vacinados, jovens e crianças, bem como de rastreios alargados e facilmente acessíveis com o resultado transferido para o Certificado Digital COVID (CDC);

A necessidade de cumprir os requisitos do ECDC relativamente à sequenciação genómica, identificação atempada de novas variantes e prevalência na população;

A premência do reforço de meios de saúde pública para evitar atrasos superiores a 24 horas na realização de inquéritos epidemiológicos e identificação de contactos de alto risco;

A preocupação pela não implementação de critérios claros, coerentes e uniformes no controlo de fronteiras (e.g., nos aeroportos) e, em particular, nos passageiros provenientes de zonas de risco;

A importância da disponibilização de dados que permitam atualizar a matriz em vigor, e que a matriz combine, entre outros, critérios de incidência, transmissibilidade e gravidade. Só com estes dados será possível definir novas zonas de risco e fundamentar medidas de intervenção, tais como, quando e onde utilizar o CDC;

A oportunidade da utilização de CDC nos vacinados, recuperados e testados (seja com testes PCR ou TRAg) para permitir o acesso a eventos, por exemplo familiares, culturais ou desportivos, com garantia de certificação da entidade emissora, facilidade de fiscalização e sem comprometer a adesão às medidas de prevenção;

A necessidade de reformular as linhas amarelas e vermelhas a nível regional e nacional (por exemplo, de 7,5% e 15% da lotação atual de camas em UCI) e ativar a coordenação regional e nacional de camas de internamento em enfermaria e UCI e a respetiva rede de transferência a partir do limite amarelo para evitar que a atividade não COVID seja de novo muito prejudicada;

A conveniência de ser criado um enquadramento jurídico de emergência sanitária que contextualize e salvaguarde as intervenções de saúde pública;

Finalmente, o Bastonário da Ordem dos Médicos e o Gabinete de Crise para a COVID-19 reiteram o apelo para o cumprimento das medidas de prevenção e controlo da pandemia, nomeadamente o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social. Vacinar, rastrear, sequenciar, certificar e antecipar são os passos determinantes para Portugal vencer a pandemia.

Lisboa, 23 de junho de 2021