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Quase metade dos especialistas em ginecologia/obstetrícia tem 55 ou mais anos

Em Portugal, segundo um estudo realizado pela Ata Médica Portuguesa, não existe falta de especialistas de Ginecologia-Obstetrícia em número absoluto, ou seja, em Portugal o número existente de médicos especialistas na área é suficiente para responder à necessidade do país. Porém, a idade dos especialistas de Ginecologia-Obstetrícia é um problema que tem vindo a agravar-se.

O estudo do Colégio de Ginecologia/Obstetrícia da Ordem dos Médicos, intitulado Características Demográficas e Profissionais dos Especialistas em Ginecologia-Obstetrícia Registados em Portugal: Necessidades, Recursos e Desafios, revela que 46% dos especialistas têm idade igual ou superior a 55 anos, idade que lhes permite recusar fazer escalas de urgência.

Como manda a lei, os médicos começam a fazer urgência no primeiro ano de internato, a partir dos 50 anos podem deixar de fazer urgência noturna e a partir dos 55 anos podem optar por deixar de fazer urgência geral, contudo este cenário não se verifica nos hospitais portugueses.

Dada a incapacidade do Serviço Nacional de Saúde de manter recém especialistas no sistema, muitos médicos mais velhos veem-se obrigados a continuar a desempenhar o serviço de urgência. A situação continua a agravar-se, sobretudo com a enorme quantidade de médicos que opta por exercer a sua função no privado e a exaustam extrema de quem ainda permanece no SNS.

O estudo incluiu instituições públicas, privadas e público-privadas e defende que existe solução para colmatar os défices identificados: a contratação regular de novos especialistas. A contração regular é urgente não só por causa dos serviços de urgência, mas porque, ainda segundo o estudo, espera-se um aumento das necessidades de especialistas na ordem dos 7%, tendo em conta ecografias, partos, cirurgias e consultas de ginecologia.

O estudo conclui que em 2035 serão necessários 1.139 especialistas a nível nacional (público, público-privado e privado), em regime de 40 horas semanais, idealizando, não mais do que 510 (47%) com idade igual ou superior a 55 anos. Sendo que para conseguir este número de especialistas será necessário formar 33 novos especialistas por ano.