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Posição do Colégio quanto à iniciativa da ARS Norte no sentido de implementar o rastreio do cancro do intestino

Opinião do Colégio de Gastrenterologia sobre a iniciativa da ARS Norte no sentido de implementar o rastreio do cancro do intestino

O Colégio de Gastrenterologia da Ordem dos Médicos manifesta a sua satisfação pela iniciativa da ARS do Norte no sentido de implementar o rastreio do cancro do intestino. Esta iniciativa padece, no entanto, de grandes limitações que se prendem, desde logo, com a opção por um grupo populacional que não é o recomendado pelas organizações científicas nacionais e internacionais. De facto, estão abrangidos os indivíduos com idade compreendida entre os 50 e os 60 anos quando o intervalo etário a incluir deveria ser o compreendido entre os 50 e os 75 anos.

Por outro lado, a escolha da pesquisa de sangue oculto como método de rastreio merece o mesmo comentário que vem sendo repetido por todas as sociedades científicas e que não é de mais voltar a salientar: este método de rastreio apenas permite detectar o cancro do intestino e não os pólipos intestinais. Quer isto dizer que a utilização desta metodologia apenas poderá permitir o diagnóstico precoce do cancro, não evitando desta forma uma intervenção cirúrgica ou a quimioterapia. Pelo contrário, a opção pela realização da colonoscopia permite a detecção dos pequenos pólipos benignos, os percursores dos cancros, bem como a sua imediata excisão sem necessidade de cirurgia, permitindo, deste modo, a cura do doente e a efectiva prevenção do cancro intestinal e não apenas o seu diagnóstico precoce.

Pelo Colégio de Gastrenterologia da Ordem dos Médicos

Prof. Pedro Narra Figueiredo

(Presidente)