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Plano para urgências obstétricas e blocos de parto no Natal: má comunicação e decisões tardias

De dia 23 até dia 26 de dezembro vão estar encerradas as urgências de obstetrícia e os blocos de partos de cinco hospitais na área de Lisboa e Vale do Tejo. A dos hospitais São Francisco Xavier, Fernando Fonseca, de Vila Franca de Xira, Caldas da Rainha, e Setúbal. Também fechadas, mas “apenas” durante a noite de Natal, vão estar as maternidades da Guarda e Abrantes e, no dia de Natal, as de Beja e Santarém.

O Fórum TSF do dia 22 de dezembro centrou-se neste tema e, para isso, ouviu Fernando Araújo, diretor executivo do SNS, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, Francisco George, antigo diretor-geral da DGS e Xavier Barreto, presidente da Associação de Administradores Hospitalares (APAH).

O Governo divulgou, em forma de publicidade nalguns jornais, os serviços de urgência com que as grávidas podem contar neste fim de semana de Natal. O que, para Miguel Guimarães, não é a forma mais correta de fazer chegar a informação aos cidadãos. Além disso, indicou, o plano já chega muito mais tarde do que devia.

“Eu acho que isto devia ter sido feito com mais tempo. Isto de fazer as coisas em cima da hora, e sobretudo a informação circular da forma que está a circular, com publicidade num jornal, não é de todo o mais desejável”, disse, lembrando que sempre defendeu que é muito importante para quem está a gerar uma vida ter tranquilidade e confiança que se fomentam com um planeamento mais atempado. “Esta instabilidade é uma situação que não favorece ninguém”, conclui o bastonário.

As preocupações de Miguel Guimarães são em parte partilhadas por Xavier Barreto. “Foi provavelmente a forma possível. Não é fácil realizar escalas, geralmente são feitas com pouca antecedência, particularmente quando estão dependentes de prestadores de serviço sobre os quais nós temos pouca informação, nomeadamente pela sua disponibilidade para assegurar os turnos nestes dias festivos”. Questionado pela Renascença sobre se esta situação dá a estabilidade necessária às grávidas, o presidente da APAH diz que “naturalmente que não, a resposta é óbvia, é quase senso comum, nós gostaríamos que isto fosse feito com muito maior antecedência e que fosse programado com muito mais antecedência”.

Este plano, refere o novo diretor executivo do SNS, tem a “segurança e previsibilidade” como linhas orientadoras, com o objetivo de evitar “fechos imprevistos”. “O importante”, realça Fernando Araújo, “é que a grávida tenha sempre uma resposta próxima da sua residência que seja robusta, que saiba que está mesmo aberto e que vai responder com enorme segurança aos seus problemas”.

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