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Ordem exige investigação a alegada falha a socorro de recém-nascido por falta de meios do INEM

As informações vindas a público sobre a morte de um recém-nascido que acabou por ser transportado para o Hospital de Portalegre pelos bombeiros sem ter sido assistido pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) configuram uma situação muito grave e que deve ser rapidamente investigada e esclarecida.

“A Ordem dos Médicos já alertou, por diversas vezes, que a Emergência Médica Pré-Hospitalar representa uma área fulcral para o sucesso do nosso sistema de saúde e que qualquer disrupção no funcionamento deste sistema pode ter consequências negativas e imprevisíveis. A morte deste bebé tem de ser investigada até às últimas consequências para que todas as possíveis falhas sejam rapidamente corrigidas e a confiança da população na resposta de emergência seja restabelecida”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.

“Temos conhecimento de vários buracos nas escalas das equipas médicas de suporte avançado de vida em várias zonas do país. Recordamos que são estas equipas que integram as VMER e que devem ser acionadas para situações mais delicadas, como a de Portalegre, pelo que nenhuma falha é admissível. Esta é uma área em que não podemos permitir falhas conjunturais, mas ainda menos estruturais”, reforça Miguel Guimarães, que vai voltar a questionar o presidente do INEM sobre estas falhas.

Esta notícia surge apenas uma semana depois de o bastonário da Ordem dos Médicos ter enviado um ofício ao presidente do INEM, precisamente pelas centenas de horas que as VMER estavam inoperacionais. Miguel Guimarães pediu as escalas de todo o país nos últimos seis meses e questionou o que está a ser feito para ultrapassar os constrangimentos que colocam em causa o socorro imediato a muitos portugueses. O ofício ainda não mereceu resposta, sendo que é crítico conhecer as escalas e cruzar esses mesmos dados com o número de casos em que o apoio das equipas das VMER era o mais adequado, mas que não foi acionado por falta de meios.

Lisboa, 28 de janeiro de 2022