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Metade dos médicos não teve equipamento de proteção adequado durante estado de emergência

A Ordem dos Médicos denuncia a falta de condições em que muitos médicos tiveram que exercer durante o estado de emergência, revelando os dados de um estudo segundo o qual mais de 56% dos médicos referiram que não tiveram os equipamentos de proteção adequados para trabalhar durante esse período da pandemia de COVID-19. Essa proporção melhorou após o final do estado de emergência, mas mesmo assim um terço dos médicos inquiridos continuaram a reportar falhas da tutela na distribuição de materiais como máscaras, luvas ou cogulas. Estes são os resultados de um estudo levado a cabo pela Ordem dos Médicos, coordenado pela investigadora Filipa Duarte-Ramos, Professora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, e cujos dados preliminares foram divulgados a 15 de setembro, Dia Mundial da Segurança do Doente, que, este ano, a Organização Mundial de Saúde decidiu dedicar aos profissionais de saúde, lembrando que profissionais seguros é sinónimo de doentes mais seguros.

O trabalho teve como base um questionário eletrónico enviado a todos os médicos e respondido entre 21 de junho e 1 de julho. Obtiveram-se respostas de cerca de 2500 médicos de todo o país e apurou-se que mais de metade dos médicos (56,2%) referiram ter sentido que não tinham os equipamentos de proteção individual adequados para trabalhar durante o Estado de Emergência. Esta proporção reduziu para 31,7%, após o Estado de Emergência, contudo é ainda de assinalar que representa um terço dos inquiridos. Os equipamentos mais frequentemente reportados como estando em falta foram as máscaras FFP2 (42,4%), seguindo-se os fatos protetores (33,1%). Mas mesmo as máscaras cirúrgicas enfrentaram situações de rutura.

Lisboa, 17 de setembro de 2020