2. Solicitar a divulgação urgente da Estratégia Outono-Inverno para a Saúde, bem como a atualização das normas e orientações técnicas, nomeadamente a Norma 004/2020 da DGS, de modo a garantir a melhor articulação e concertação das respostas a nível ambulatório e hospitalar, bem como, a uniformização das melhores práticas;
3. Recomendar a criação de equipas médicas de resposta em prontidão para situações complexas, como surtos em lares, compostas por médicos de Saúde Pública, médicos com experiência em Covid-19 e médicos de emergência, sob dependência das ARS, em ligação com o hospital de referência e coordenadas pelo INEM em colaboração com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Pretende-se garantir organização, comando, controlo e uma eficiente ligação com as estruturas locais com profissionais devidamente preparados e de acordo com as regras de Medicina de Catástrofe;
4. Propor a criação de um modelo de coordenação regional das vagas em Enfermaria e Unidade de Cuidados Intensivos para os doentes com Covid-19 e de uma rede de transferência específica com os recursos humanos e técnicos adequados;
5. Salientar a necessidade urgente de reforço da capacidade laboratorial para a realização de testes rápidos de diagnóstico e/ou testes de infecciosidade que assegurem o menor impacto nas diferentes atividades sociais e económicas. Idealmente, criar as condições para o tecido industrial e académico nacionais produzirem testes rápidos;
6. Reiterar as medidas sugeridas no comunicado anterior de 10 de agosto, entre as quais:
– Recomendar a utilização de máscara facial em espaços públicos abertos de acordo com a avaliação do risco local e com a vantagem de contribuir para a proteção de outros vírus respiratórios;
– Rastreio precoce com teste de diagnóstico inicial nos contactos de alto risco dos casos confirmados;
– Elaborar legislação específica e de normas de Saúde Pública para a realização de eventos de massas com critérios claros, uniformes e coerentes, de acordo com a avaliação do risco e o nível de atividade epidémica;
7. E, finalmente, reafirmar a necessidade imperiosa do adequado reforço de recursos humanos na Linha de Saúde 24, nas equipas de Saúde Pública e no SNS e a monitorização dos níveis de burnout e sofrimento ético dos profissionais de saúde.
Lisboa, 21 de setembro de 2020
O bastonário da Ordem dos Médicos
O Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a COVID-19
2020.09.21_NI – O Verão acaba hoje e o Outono começa amanhã