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A propósito de um artigo de opinião publicado no DN a 25 de Outubro de 2016, e assinado por Sérgio Figueiredo…

A propósito de um artigo de opinião publicado no DN a 25 de Outubro de 2016, e assinado por Sérgio Figueiredo…

 

Vem a Ordem dos Médicos, nas pessoas do seu Bastonário e Presidente da Direcção do Colégio de Anestesiologia, Prof Doutor José Manuel Silva e Dr Paulo Lemos, respectivamente, mostrar a sua indignação e repudiar de forma veemente o artigo publicado no Diário de Notícias a 25 de Outubro de 2016, pela forma gratuita, grotesca e humilhante como o seu autor utilizou uma classe de profissionais, “Os Anestesistas”, para atingir outros destinatários.

 

 

De forma completamente inadequada e absolutamente inaceitável o autor, que tem a responsabilidade pública social de um lugar de destaque como Director de Informação dum importante media português, a TVI, utilizou uma classe de profissionais que tem ao longo dos anos prestado um serviço da maior importância e responsabilidade ao Serviço Nacional de Saúde e à Sociedade Portuguesa na prestação de cuidados médicos de saúde no âmbito da Anestesiologia.

 

 

Senão vejamos:

 

 

1 – Um desenvolvimento ímpar no apoio à Medicina peri-operatória, pela segurança, conforto e eficácia demonstradas, que possibilitam hoje um alcance cirúrgico difícil de conseguir no passado, com uma recuperação funcional mais rápida e melhores resultados, a par das novas exigências sociais e ambições do ser humano.

 

 

– Como pode assim o autor dizer “que são um bando de desprezíveis”!

 

 

2. Um apoio imprescindível a uma panóplia de exames auxiliares de diagnóstico e terapêutica, que pela sua invasividade, interacção com funções vitais, ou simplesmente pela necessidade de conforto, exigem dos anestesiologistas uma quase omnipresença, quantas vezes em lugares incómodos, exigentes e de elevado risco.

 

– Como pode Sérgio Figueiredo falar em profissionais da “categoria dos invisíveis”!

 

3. Uma envolvência significativa na área da Medicina de Emergência, Trauma e Medicina Intensiva, fazendo do anestesiologista um elemento essencial na abordagem multidisciplinar e multiprofissional destes doentes, assim como no seu transporte intra-hospitalar quando necessário.

 

– Como pode Sérgio Figueiredo que “nunca se atravessaram por nada ou arriscaram por quem quer que fosse”, ao salvar tantas vidas!

 

4. Uma presença constante na Medicina da Dor, quer seja em doentes agudos quer naqueles em que a dor se tornou um problema crónico, ou apenas nos cuidados paliativos numa fase terminal da vida, ou ainda na analgesia de parto tornando um dos momentos mais marcantes da mulher numa experiência gratificante com desconforto mínimo.

 

 

– Como pode o Director de Informação da TVI escrever que “conseguem ser mais repugnantes do que os cobardes!, quando têm uma actividade humanitária com tremendo impacto social”

 

 

Mas não contente, o autor vai mais longe dizendo que “Os anestesistas são invejosos. Os anestesistas são perigosos. São medíocres …”

 

 

Só podemos finalmente dizer a este cidadão que provavelmente num qualquer episódio pós-traumático terá acordado com um delírio paranóide , que poderá explicar a enorme infelicidade que teve na elaboração dum texto utilizando uma linguagem que Luís Vaz de Camões não reconheceria como sua.

 

 

Felizmente que os Portugueses conhecem bem este tipo de profissionais, “Os Anestesistas”, que diariamente lhes prestam cuidados médicos de saúde de inigualável qualidade e responsabilidade, e que nada têm a ver com a infeliz metáfora utilizada por Sérgio Figueiredo.

 

 

OM, 30 de Outubro de 2016.